Acidentes de Trabalho: Impactos Econômicos
Os acidentes de trabalho são evitáveis e causam grande impacto sobre a produtividade e a economia, além de sofrimento ao acidentado. Segundo a legislação brasileira, acidentes de trabalho são uma ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício laboral, que possa resultar em lesão pessoal.
O Brasil contribui significativamente para a estatística mundial, estando classificado como quarto colocado no ranking de acidentes de trabalho fatais. Os custos dos acidentes de trabalho são elevados e de difícil contabilização, mesmo em países com importantes avanços na prevenção. Estima-se que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) global seja perdido por doenças e agravos ocupacionais, o que pode aumentar em 10% quando se trata de países em desenvolvimento, como o Brasil.
Os acidentes de trabalho custaram mais de R$ 26,2 bilhões à Previdência Social entre 2012 e 2017. Somente em 2018, no primeiro trimestre, os gastos já superaram R$ 760 milhões, segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), refletindo até então, baixa efetividade das políticas e programas de prevenção de agravos à saúde no trabalho. Tais valores limitam-se aos custos econômicos e não incluem aqueles decorrentes de impactos emocionais e familiares, dificilmente mensuráveis. Estudos sobre estimativas científicas de custos dos acidentes de trabalho têm se multiplicado nos últimos anos. Isso se deve ao desenvolvimento da área de economia para a saúde e a segurança, seja pelos fatores de riscos para os acidentes, seja pelos seus efeitos sobre a capacidade produtiva.
Os custos de acidentes podem ser divididos em diretos e indiretos.
Os primeiros englobam:
- Indenizações;
- Gastos em assistência médica;
- Custos judiciais;
- Encargos acessórios de gestão, podendo ser representados pelo prêmio de seguro.
Os segundos, frequentemente designados por não serem segurados, abrangem:
- O tempo perdido pelo acidentado e por outros trabalhadores;
- O tempo utilizado na investigação das causas do acidente;
- O tempo necessário à seleção e formação de um substituto do acidentado;
- Perdas para a produção pelo impacto causado nos outros trabalhadores;
- Perdas por reparações;
- Perdas por produtos defeituosos;
- Perdas do nível de eficiência e rendimento do trabalhador lesionado quando regressa ao trabalho;
- Perdas do tipo comercial, por não satisfazer prazos de entregas estabelecidos;
- Perdas resultantes da deterioração da imagem da empresa.
Deve se notar que o dia do acidente, sendo um custo direto, representa, no entanto, um custo não segurado.
Logo vimos que, os custos totais dos acidentes de trabalho, que englobam a soma dos custos indiretos e diretos, podem chegar a valores vultosos. É importante que as empresas realizem esforços para fazer uma gestão eficiente de acidentes, registrando os incidentes, realizando investigações para encontrar as causas raízes e investindo em medidas de controle de riscos.